Depois de Feira de Santana, a cidade de Riachão do Jacuípe é a segunda com maior número de suspeitas de contaminação pelo vírus chikungunya, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
São 120 notificações e sete casos confirmados. Há notificações sendo avaliadas em outras sete cidades da Bahia. Em Riachão, a maioria das pessoas com a suspeitas mora na Rua Carneiro Vitória, no bairro Alto do Cemitério. Entre elas, está Isabel, de 88 anos, que já está há um mês de cama. A filha dela, Agda Oliveira, também afirma estar com a doença. “Eu sinto coceira do corpo, o corpo todo empolado, muitas dores nas juntas e dores de cabeça”, descreve a gerente de loja. Ela diz que em sua família sete pessoas estão com suspeitas.
Na casa ao lado, a aposentada Joana do Rosário afirma que somente duas das seis pessoas não foram picadas. Os moradores acreditam que o foco do mosquito fica em uma casa que está abandonada. No local, há vasilhas plásticas, que podem acumular água da chuva. Agentes da Viligância Epidemiológica fazem visitas constantes ao bairro. “Fizemos capacitação com os profissionais de saúde, a aplicação com as bombas costais, o fumacê também está no município e a Vigilância indo nos municípiso como um todo”, afirma a coordenadora Jane Paula Ribeiro.
Vírus chikungunya é transmitido por mosquitos Aedes aegypty (no alto) e Aedes albopictus
Feira de Santana
A cidade com o maior número de casos no Brasil é Feira de Santana. A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que o número de casos aumentou em cinco vezes na cidade, atingindo 156 casos da doença na terça-feira (8), além de outras 585 notificações da suspeita. O bairro George Américo ainda concentra o maior número de ocorrências da doença: são 380 notificações (49,86%), seguido pelo bairro Campo Limpo com 113 (14,82%), Sítio Novo com 36 (4,72%), povoado Rio do Peixe (Distrito de Jaguara) com 31 (4,06%), Cidade Nova com 20 (2,62%), Sobradinho com 18 (2,36%) e Pampalona foram 10 (1,31%) notificações.
A faixa etária mais atingida compreende os adultos entre 35 a 49 anos, com 229 casos, seguido por pessoas com 20 a 34 anos com 200 ocorrências. Já a faixa etária entre 50 a 64 anos tem 122 casos suspeitos. O sexo feminino é o que predomina: 501 mulheres e 201 homens com suspeita da doença, informa a Secretaria. As confirmações dos casos por exame laboratorial eram necessárias para conhecimento da doença, entretanto, como já se conhece a manifestação, vetor e transmissão, a confirmação da doença será dada mesmo sem o exame. São os critérios clínicos e epidemiológicos que vão fazer a identificação.
Entenda o vírus
A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa “aqueles que se dobram”, em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa. Em compensação, comparado com a dengue, o novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada a outros problemas de saúde, pode até contribuir como causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O vírus chikungunya pode ser transmitido pelo mesmo vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, e também pelo mosquito Aedes albopictus, e a infecção pelo chikungunya segue os mesmos padrões sazonais da dengue, de acordo com o infectologista Pedro Tauil, do Comitê de Doenças Emergentes da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). O risco aumenta em épocas de calor e chuva, mais propícias à reprodução dos insetos. Eles picam principalmente durante o dia. A principal diferença de transmissão em relação à dengue é que o Aedes albopictus também pode ser encontrado em áreas rurais, não apenas em cidades. de REDE BAHIA | G1 com blogdomarcelo
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