
Estadão
São seis horas da manhã em Santo Antônio de Jesus (BA) e a feira livre, que vende de alimentos a confecções, está a todo vapor. Já foi melhor seis meses atrás, quando a crise não era tão aguda e a unidade de Paraguaçu do Estaleiro Enseada, em Maragogipe, a 70 km dali, não tinha demitido 5 mil trabalhadores em razão da Operação Lava Jato. Mas quarta-feira é um dia forte de feira, sobretudo para quem vende roupas. Os comerciantes, sejam ambulantes, feirantes ou estabelecidos em grandes lojas no comércio de rua ou no shopping center, se multiplicam pela cidade. Na década de 80, a associação comercial lançou o slogan “Santo Antônio de Jesus: o comércio mais barato da Bahia” e a fama pegou. “Não deixamos a venda sair da cidade”, conta Herivaldo Nery, vice-presidente do sindicato patronal do comércio varejista.
Faz 30 anos que os lojistas optaram por cortar margens, negociar mais com os fornecedores para ganhar nas quantidades vendidas. “Aqui ninguém explora preço.” Outra característica do varejo local é o crediário com recursos dos próprios lojistas. Na Comercial São Luis, fundada em 1941 – a loja mais antiga de departamentos da Bahia –, o carnê responde por 45% das vendas de 25 mil itens: do tijolo ao celular.
De fora. “Aqui o comércio é à moda antiga”, diz Keila Brandão, gerente executiva. Cerca de 40% dos 14 mil clientes ativos do carnê, a maioria da classe C, são de fora. Na verdade, a população dessa pequena cidade de 100 mil habitantes encravada no Recôncavo Baiano chega a dobrar diariamente. Esse contingente, vindo de 47 municípios nas redondezas de Santo Antônio de Jesus, é atraído pelo comércio local, pelo serviço médico – são 40 clínicas instaladas no shopping center e 4 hospitais –, pelas quatro universidades e até por serviços básicos, como emissão de carteira de identidade. Informações do Estadão.
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