sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Copa tem risco de apagão de mão de obra

Copa tem risco de apagão de mão de obra

Governo e iniciativa privada têm discutido formas de contornar algumas ameaças ao Mundial de Futebol, como protestos e obras atrasadas de aeroportos, de estádios e de infraestrutura urbana. Mas ainda está fora do radar dos debates um outro risco: o de apagão de mão de obra temporária. Estão mais ameaçados os setores de segurança e transporte executivo.
Sergio Ehrlich, diretor operacional da Gocil, terceirizadora de mão de obra na área de segurança, tem dúvidas se será possível atender toda a demanda do evento. A empresa atua em oito Estados do Brasil e tem um contingente de 22 mil funcionários, 70% deles na área de segurança.
A Fifa, a Federação Internacional de Futebol, estima que serão necessários ao todo 36 mil trabalhadores para atuar diretamente no evento nas 12 cidades-sedes do evento esportivo. O maior contingente, 22 mil, será necessário na área de hospitalidade. A previsão é recontratar aqueles que atuaram na Copa das Confederações. O segundo maior contingente é para a área de alimentação e bebidas – um total de 12 mil pessoas. 
Já o Comitê Organizador Local (COL) prevê contratar mais 27 mil funcionários, dos quais 20 mil apenas para realizar a segurança privada do evento. Eles serão responsáveis pela segurança às delegações e aos torcedores em estádios, centros de treinamentos e hotéis oficiais. Entre Fifa e COL, serão cerca de 63 mil pessoas.
Tanto a Fifa quanto o COL dizem estar confiantes de que terão profissionais qualificados, bem treinados e com a experiência adquirida na Copa das Confederações para o evento e que têm observado iniciativas do Governo Federal, dos Estados e municípios em relação a programas de qualificação
Mas a falta de mão de obra, diante de um mercado de trabalho aquecido, é generalizada. Como os profissionais têm buscado melhores oportunidades, faltam trabalhadores em área que pagam menos remuneração, como limpeza e alimentação.
Porém, algumas áreas ainda sofrem com problemas específicos, como falta de rede de qualificação e até regulamentação, como segurança e transporte executivo.
Na área de segurança, desde 2013 está em vigor uma lei federal que torna necessário o curso de qualificação para profissionais que atuam em grandes eventos, com a participação de mais de 3 mil pessoas.
Ehrlich, da Gocil, estima que, se conseguir capacitar 2 mil profissionais até junho, será muito. "Faltam escolas de formação em São Paulo, quem dirá nas outras cidades."
Alberto Gonçalves, diretor da Emforvigil, aumentou o número de instrutores este ano na escola de formação em São Paulo. Porém, ainda não teve demanda. "O pessoal tem de estar formado até o final de maio. Já era para ter formado a metade do contingente necessário para a cidade de São Paulo". São 17 escolas na capital, mas apenas duas ou três já formaram instrutores para o curso referente a grandes eventos, conta.Gonçalves já viu esse filme antes. Na Copa das Confederações, não foi possível formar todo o efetivo. A Polícia Federal (PF) acabou prorrogando o prazo para exigência do curso de extensão para que as empresas especializadas em segurança privada pudessem se adequar. "Por conta de burocracias, não deu tempo. Mas na Copa a PF vai fiscalizar, e as multas são altas, a partir de R$ 1,5 mil por ocorrência".
A PF afirma, em nota, que poderá até mesmo cancelar a autorização de funcionamento das empresas responsáveis pela contratação da mão de obra, dependendo das circunstâncias, e impedir que o vigilante não preparado atue no evento, inclusive utilizando recursos de identificação biométrica.
A PF lembra que a prorrogação do prazo para tornar o novo curso obrigatório para os profissionais terminou em outubro, e acredita que não haverá problemas durante o evento. "O País tem 225 empresas especializadas na atividade de curso de formação, extensão e reciclagem que estão preparadas para ministrarem o curso de extensão. Hoje, o segmento é composto por 600 mil vigilantes, que a cada dois anos precisam obrigatoriamente passar por cursos de extensão ou reciclagem". leia mais em:  http://economia.ig.com.br/2014-02-07/copa-do-mundo-tem-risco-de-apagao-de-mao-de-obra.html

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